quinta-feira, 19 de março de 2015

Introdução à equalização

19/03/2015 por Guillermo Navarrete
traduzido por Germano Lins


Nesta primeira parte iremos falar sobre a história do equalizador. Crei que alguma vez todos nós nos perguntamos O que é um equalizador? Como e pra que é usado?
Todos os sons são produzidos por uma combinação de ondas sonoras de diferentes frequências que se deslocam pelo ar ao nosso redor. Na hora de gravar podemos medir o grau de fidelidade da reprodução das ondas sonoras compreendidas nesse som através da resposta de frequência. 
A resposta de frequência é a faixa de frequências que um dispositivo pode reproduzir ou gravar dentro dos limites de volume especificados. Utilizando a resposta de frequência podemos medir a qualidade de um determinado dispositivo. 
O que se conhece como resposta plana é o que geralmente consideramos como ideal. Sempre estamos buscando fazer a gravação o mais limpa possível, sem nenhuma distorção, mas frequentemente buscamos certa distorção e uma frequência de resposta modificada; é aqui onde aparece o processamento de áudio. Este processamento é a manipulação realizada pelo homem que pode ser necessária ou intencional por uma variedade de razões. O processamento pode fazer com que o som pareça mais real e cheio de vida, ou mais complexo e artificial.



Vejamos um exemplo: se estivermos em uma praia a uns 30 ou 40 metros de distância de onde rompem as ondas, o som que estas produzem nos chega um pouco velado, apagado, devido ao fato da praia, da areia, servir como um filtro. Se caminharmos em direção a água iremos reduzir a distância que nos separa gradualmente, iremos notar que o som não somente se altera como também é alterado o seu volume, ele fica mais alto, sua tonalidade também fica mais grave. Pois bem; a equalização, também conhecida como EQ (uma abreviação em inglês)), é o processamento criado pelo homem para reproduzir este fenômeno natural.



A equalização começou juntamente com o nascimento das telecomunicações como uma solução para para compensar a perda de qualidade quando se utilizava cabos muito compridos. Através dos anos as telecomunicações — e, consequentemente, a radiodifusão— desenvolveram vários equalizadores para tentar resolver o problema. Por exemplo, o lendário equalizador Pultec, nascido nos anos 50 — que permaneceu em produção, com poucas modificações, até os anos 70 — é uma dos mais emulados nos dias de hoje em forma de plugins.


O clássico Pultec EQP-1 era um dispositivo passivo, ou seja, não tinha alimentação elétrica. No entanto, o mais utilizado EQP-1A contava com um amplificador para compensar a perda de inserção causada pelo circuito de filtro passivo; portanto, era considerado um dispositivo ativo.
O EQ é uma série de controles de tonalidade que afetam diferentes frequências sonoras. Basicamente, são os controles de agudos, médios e baixos que podemos encontrar em quase todos eles — desde uma guitarra até o rádio automotivo —. Em um carro são necessário para compensar ou equalizar o ambiente no qual ouvimos o rádio, e não difere tanto quando aplicamos isso na hora de gravar. 
A equalização permite compensar deficiências no som original. Por exemplo, um violão acústico que ressoa muito, um hi-hat muito grave, ou uma caixa sem corpo. O EQ é o ajuste de diferentes frequências acústicas que em geral se indicam e se medem em Hz, que representam a quantidade de vezes que uma frequência sonora ocorre por segundo.
O hertz (Hz) é uma unidade de frequência de onda. 20 Hz equivalem a 20 ciclos por segundo, e 20 kHz equivalem a 20 mil ciclos por segundo. As frequências sonoras baixas que possuem um comprimento de onda grande têm um ciclo entre 50 e 100 vezes por segundo, enquanto que as frequências sonoras mais altas que podemos ouvir possuem uma frequência de atá 20 mil vezes por segundo. Os seres humanos (pelo menos, os jovens) podem ouvir aproximadamente desde 20 Hz até 16 kHz. Lamentavelmente , conforme vamos envelhecendo, nossa capacidade de percepção de frequências altas vai diminuindo.
No próximo post veremos as aplicações EQ.


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