quinta-feira, 5 de junho de 2014

Alguns motivos para usar presets

Alguns motivos para usar presets

Diego Moreno
Caso costume mixar “in the box” (tudo no computador) com certeza já usou algum preset em algum momento da mixagem. Os presets podem ser úteis na mixagem, porém sempre existirão aqueles que dirão o contrário.
Então... Qual é a verdade?
São realmente úteis?
Algum problema em usar presets?
Vejamos …
Podemos aprender bastantes com os presets.
Ou não. Presets de plugin, por natureza, são projetados por profissionais que desenvolveram o plugin. São uma recomendação de ajustes para determinadas tarefas, gêneros ou instrumentos. Eles não são completamente arbitrários.  Ao contrário, eles foram feitos  baseados na  opinião de um ou mais engenheiros ou designers do plugin. 
Por que você passar batido em uma chance de talvez aprender alguma coisa com essas pessoas?
Se você estiver procurando por uma configuração de compressão para o seu violão, eu digo pegue o seu compressor favorito e procure por uma preset de violão. Selecione-o e em seguida, tome um momento para não apenas ouvir, mas olhar para como estão as configurações. Que relação eles usaram? Que tempos de ataque e release que eles recomendam? Você pode usar esta predefinição como um momento de aprendizado, decidindo se aquelas configurações pré definidas te satisfazem e definindo qual parâmetro não serviu para o seu propósito.

Usando esse exemplo de compressão de violão, a predefinição pode vir a ser um ponto de partida para o seu som final. Você pega o preset, aprende  que ratio,  ataque / release foi sugerido, mas depois você percebe que o compressor não atua porque o threshold foi ajustado muito altoEsta é a parte  que o programador ou engenheiro não pode prever sobre a sua mix: o quão alto as suas faixas foram gravadas.
Assim, você diminui o threshold  até que haja alguma redução de ganho. Você ouve e decide se você gosta da quantidade de compressão ou nãoTalvez você ajuste para um ratio maior ou decide retardar o ataque um pouco para mais do dedilhar de guitarra soar  e então você está pronto!  Você começou com uma predefinição  e rapidamente adaptou para a sua mix, de acordo com o seu gosto. Grande uso de uma predefinição.

O que há de errado em criar os seus próprios presets para utilizar como ponto de partida para suas mixes futuras?  Quando encontrar algumas configurações que você gosta para os seus compressores, reverbs, delays, etc,  salve-os com seu próprio nome personalizado e descrição.
Você sabe que eles são um preset útil porque você os criou,  automaticamente você também sabe que  não tem que usá-los na íntegra. Simplesmente tratá-los como ponto de partida e seguir em frente apartir daí.

Eu não posso terminar esse post sem mencionar que eu acho uma completa perda de tempo usar presets de equalização. Por esse motivo já disse algumas vezes em posts do áudio repórter que NÃO USO PRESETS de EQ.
Freqüências que precisam ser cortadas (ou aumentadas) variam drasticamente de instrumento por instrumento e de mix pra mix. Não há realmente nenhuma maneira de um engenheiro adivinhar curvas de equalização que você precisa para o seu bumbo ou baixo. É impossível saber.
Mas ironicamente, muitas pessoas ainda acreditam em presets de equalização e confiam nisso para tentar tirar aquele som fantástico de bateria do disco tal…O que eles estão fazendo é apenas prejudicando sua habilidade em mixar.
A equalização é uma daquelas coisas que você deve usar baseando exclusivamente no que você ESCUTA. Na minha opinião não se deve usar NUNCA presets de equalização, mesmo como ponto de partida.

45 Dicas de Mixagem

Steven Slate é um engenheiro de áudio americano que está entre os tops na indústra de gravação. Já trabalhou com as banda Train, Black Eyed Peas, Taylor Swift, Nickelback e muitos outros. Ele também é slate stevenconhecido pelos seus plugins Slate fantásticos:
Steven vem publicando em seu Twitter  várias dicas maravilhosas de mixagem. Vale muito a pena a leitura!
1. Separe a voz principal em 3 cópias: uma natural, uma brilhante e comprimida, e outra “crocante”. Faça automação das 3 ao longo da mix para que a voz se sobressaia.
2. Chris Lord Alge: Eu sempre faço uma automação passar pelos meus faders da bateria para mantê-la dinâmica na mix.
3. Os melhores engenheiros de masterização sabem quando mexer a mix e quando devem deixá-la como está. Ouça antes de mergulhar nos EQs e compressores!
4. Comprimir um pouco o reverb pode deixá-lo achatado de um jeito da hora. Tente!
5. Acompanhar o seu delay com um pequeno reverb e “molhá-lo” em 40%, pode suavizá-lo e criar ainda mais profundidade.
6. Limiters digitais são eficazes para domar violões excessivamente dinâmicos de uma maneira transparente. Tente isso!
7. Quer uma caixa brilhante? Equalize os agudos dos overheads! Você vai chegar lá mais rápido do que equalizando o close mic sozinho.
8. Gravação ruim de voz? Suavemente retire as frequências que atrapalham, comprima bastante, depois adicione médio-agudo para dar clareza e “ar”, e então coloque um de-esser.
9. Não tenha medo de extender a banda do EQ até a sua largura máxima. Boosts pequenos e largos tendem a soar mais musicais.
10. Tirar graves e agudos do backing vocal ajuda a misturá-lo com a voz principal sem soar muito definido. Teste!
11. Um baixo presente? Copie o baixo para um track stereo, coloque um hi-pass até 300Hz, distorça um pouco, mande para um chorus e mixe sutilmente com o baixo seco.
12. Vou dizer de novo: não equalize os closes mics da bateria até você checar se a fase está coerente com os overheads.
13. Antes de tocar o botão do equalizador ou compressor, tenha certeza que seu cérebro saber o que você está intencionado a fazer e como isso pode realçar a mix.
14. Aveludando os delays da voz: atenue 3dB usando hi-shelf em 8kHz, depois mande-o para um reverb de sala média em 20% “molhado”.
15. Eu sempre recomendo equalizar os overheads da bateria e sala SEM solá-los já que eles realmente impactam no som da bateria como um todo.
16. Voz destacada e com ar: Hi-pass até 100Hz, ganho de 5dB em 12kHz, depois comprima muito – cerca de 12dB, e então tire a sibilância com um forte de-esser.
17. Pessoas gostam de música dinâmica. Automatize o master fader em 1dB mais ou menos para ressaltar as seções, especialmente nos momentos mais importantes da canção.
18. Vocais com sibilância em excesso tornam a música muito desagradável de se ouvir quando tocada alta. Colocar o de-esser apropriadamente garante clareza sem perfurar os ouvidos!
slate19. Simples ato para equilibrar o bumbo e o baixo: faça um pequeno corte com um filtro do tipo notch nos 80Hz do baixo e dê um pequeno ganho de 80Hz no bumbo. Funciona!
20. Eu quase sempre faço automação no meu master fazer subindo 1,5dB no chorus da música para ajudar a destacar de verdade!
21. Dica para bumbo de rock: copie o bumbo, filtre os graves e os agudos profundos, dê um belo ganho em 2kHz com o Q largo, comprima 10dB e mixe sutilmente.
22. Caixa de rock de atitude: carregue um sample de caixa com ressonância, comprima e distorça levemente, mande para um reverb stereo, adicione graves e mixe sutilmente ao kit.
23. Voz vintage: atenue os agudos com um shelf em 12kHz, dê um ganho em 3.5kHz e mixe sutilmente a voz distorcida em paralelo. Use reverb comprimido e com um pre-delay longo.
24. Voz com ar mas sem ser áspera em definitivo: copie a voz, faça um belo shelf em 10kHz, depois coloque um forte de-esser e comprima bastante. Mixe para ter ar!
25. Delay de voz: Se você tirar o delay do tempo certo da música, poderá adicionar profundidade sem ser audível. Comece um uma semínima. (1/4)
26. Voz seca e com “vida”: Use um pitch shifter stereo. No lado esquerdo coloque -9 cents e 20ms; no lado direito +9 cents e 40ms. Mixe com MUITA sutileza!
27. Não importa quantos equalizadores e compressores você colocar na caixa. Se ela não estiver em fase com os overheads, ela nnao terá punch!
28. A voz não está ressaltada na mix? Copiea ela, comprima muito, adicione distoção e médio-agudos e mixe sutilmente com a voz original.
29. Guitarra gorda no refrão: envie as guitarras para um bus e coloque um compressor nele. Durante o refrão, faça automação para +2dB e então compressor irá atuar e engordá-las!
30. Caixa explosiva: copie a caixa, comprima bastante com ataque e release rápidos para levantar o sustain; ponha um gate para cortar a cauda. Mixe sutilmente.
31. Voz grave: use um pitch shifter stereo com 10ms de delay e -10cents de um lado e + 10 cents de outro. Filtre os extremo agudos. Mixe sutilmente.
32. Grande voz do refrão: copie a voz, comprima e distorça… mixe SUTILMENTE quando a parte principal da música chegar!
33. Compressão paralela de voz: Copie a voz, comprima pesado e durante a mix, faça automação nos faders dos canais seco e comprimido para que a voz respire!
34. Pancada de caixa: caixa com afinação média e uma baqueta pesada (big hitter!?). Durante a mix, copie ela e corte 10dB em 100Hz sem dó. Agora comprima 5dB e mixe!
35. Fazendo a voz sobressair na mix: copie o canal, dê um bom ganho em 4kHz com o Q largo, comprima extremamente pesado com release rápido. Mixe sutilmente para ter um realce extra!
Dragon: compressor da marca Slate Pro Audio
36. Bateria precisa de punch e sustain para ser GRANDE na mix. Para o punch, um pouco de ataque lento e relase médio na compressão e médio-agudos no EQ.
37. Use o compressor com seus ouvidos e não com seus olhos. Eu vou socar ao máximo as agulhas do meter do meu DRAGON na voz para fazê-la saltar de verdade na mix!
38. Voz Pop brilhante e sem ser áspera? Faça um hi-shelf em 10khz sem medo seguido de um compressor com redução de ganho pesada e depois um de-esser forte!
39. Voz dinâmica e profunda: tente um delay em semínima (1/4) bem sutil e nas partes principais use mínima com feedback. Suavize o delay com equalização.
40. Quanto mais rápida a música, menos sub-graves você vai querer no bumbo.Speed metal? Eu cortaria até 80Hz se necessário!
41. Reverb de caixa ruidoso: copie o canal de esteira, filtre os graves até uns 600Hz, ponha um hi-shelf em 10kHz e mande para um bom reverb. Ótimo em baladas!
42. Colocar uma fita adesiva bem na borda da caixa pode diminuir o ring sutilmente, sem ter que mexer demais.
43. Se você fechar os olhos e ouvir a mix você forçará seu cérebro a fortalecer o sentido da audição. Experimente isso de vez em quando.
44. Às vezes não se trata de adicionar mais equalizador, compressor ou algum truque. Se trata apenas de conseguir o equilíbrio certo dos instrumentos #simples&eficaz
45. Não tem nada melhor para trazer o bumbo para frente do que conferir se ele está em fase com os overheads!


Dez Dicas de Equalização

Dez Dicas de Equalização

Diego Moreno

Equalizar é equilibrar. Portanto, ao equalizar um determinado som ou instrumento, estamos a procura de seu equilíbrio tonal. Nessa busca devemos considerar todos os elementos do som e as variações acústicas proporcionadas pelo ambiente. A equalização é uma ferramenta muito poderosa e com ela moldamos o equilíbrio das frequências dos vários elementos (sons e instrumentos) de uma mixagem. Com o equalizador trazemos os sons para frente ou os colocamos atrás,  colocamos ou tiramos de foco qualquer instrumento, realçamos elementos importantes, e por aí vai... A equalização ajuda a reparar gravações ruins (mal captadas) e também é de grande valia para fazê-las soar bem. A seguir temos algumas dicas, aprendidas ao longo dos anos  que aprendi ao longo dos anos equalizando em uma mixagem. 

1 - O posicionamento do microfone é o seu melhor equalizador !  

Antes de “sair mexendo” no equalizador, ouça, escute. Tenha em mente o som que se está buscando. Não devemos sair equalizando sem ao menos ouvir o que se vai fazer. Em muitas vezes não é necessário equalizar com um equalizador, basta posicionar corretamente o microfone. Dica: Neste caso procuramos usar os filtros HPF e LPF quando for necessário.

 

2 – Devemos evitar equalizar com o canal ou trilha solada. 

Apesar de ser muito tentador “solar”, isso tira o contexto da trilha de dentro da mixagem. É muito comum um canal não soar bem solado, porém dentro do contexto da mix (junto com os outros canais) funcionar perfeitamente. Não podemos confundir, apesar de ser muito comum, nem sempre um som ruim fica bem no contexto da mixagem. Dica: Ao invés de “solar” o canal para fazer algum ajuste, tentemos aumentá-lo e fazer a alteração desejada.

3 – Vamos usar a equalização para criar perspectivas na mixagem. 

A razão de uma mixagem é criar sensações ao ouvinte, não é de todo estranho pensar que existem planos onde os instrumentos são organizados, de tal forma que se possa identificar a posição deles em um contexto visual. Exemplo: Vejamos o exemplo do fotógrafo que propositadamente faz objetos fora de foco para destacar o assunto.

4 – O botão Mute costuma ser um equalizador muito eficaz. 

Caso alguma coisa não esteja funcionando, não esteja soando como imaginamos que iria soar e mesmo mesmo quando se equaliza ela não esteja encaixando na mix como esperávamos, ta;vez seja melhor reavaliar o arranjo e perguntar se esse instrumento realmente deve estar na mixagem.  Lembre-se: Nem todos os elementos têm de estar tocando o tempo todo, um arranjo interessante evolui e tem sua dinâmica alterada ao longo da música.

5 – Geralmente, atenuar uma região é melhor do que aumentá-la.
 
6 – Esteja atento aos instrumentos que atuam nas baixas frequências. 

Lembre-se que elas tem um comprimento de onda maior do que as de alta e levam mais tempo para desenvolver, em última análise, ocupará muito espaço na sua mixagem, por isso é comum a cortar agressivamente as baixas usando um filtro passa altas (HPF) , canais e instrumentos que não ocupam essa região. Muitas mixagens soam mal por não terem sido trabalhado corretamente as baixas. Graves embolados é um problema muito comum e distribuir corretamente as frequências aos instrumentos dessa região, é a chave para obter uma mixagem limpa e com graves definidos.
 
7 – Certifique-se de respeitar as características de cada instrumento. 

Não da maneira onde não pode ser usado a criatividade para criar um novo timbre, quando digo “respeitar” quero mostrar que os instrumentos atuam em uma faixa de frequência, ou seja, nada adianta aumentar uma região que o instrumento não responde. Dica:  use um analizador de espectro para visualizar o “range” de frequência que o instrumento atua, mas lembre-se que ele não é um substituto do seu ouvido!


8 – Procure não usar presets, ou os use apenas como ponto de partida. 

Cada instrumento tem sua característica única. Nessa hora deixe a preguiça de lado, invista na sua criatividade, busque um novo som, aperfeiçoe sua  técnica.
 
9 – Diferentes tipos de música e ritmos possuem abordagens diferentes quanto à equalização. 

Esteja por dentro do estilo que vai mixar, busque uma referência,  a chave do sucesso é OUVIR!
 
10 – Pense que no fim da sua mixagem, cada instrumento deve ter o seu espaço, deve atuar na sua região de frequência. 

Colocar dois instrumentos em regiões próximas pode fazer com que um mascare o outro. Exemplo: trabalhar com o bumbo atuando em 80hz  e o baixo com um “boost”  na mesma região fará com que um dos dois suma da sua mix.