quarta-feira, 11 de março de 2015

Equalização - Dez dicas para você usar na sua mixagem

Equalizar é equilibrar. Portanto, quando se equaliza um determinado som ou instrumento, estamos buscando o seu equilíbrio tonal. Essa busca deve levar em conta todos os elementos do som e ainda as variantes acústicas do ambiente. O EQ é uma ferramenta extremamente poderosa para moldar o equilíbrio de frequências de elementos em uma mix. Você pode com o equalizador: trazer as coisas para frente ou para empurrá-las para trás,  criar ou tirar o foco de algum instrumento, realçar  elementos importantes, etc. O EQ pode ajudar a reparar gravações ruins e um ajuste correto pode faze-la soar bem. Aqui estão algumas dicas que aprendi ao longo dos anos equalizando numa mixagem.




1 – Não equalize; o posicionamento do microfone é o seu melhor equalizador!  Antes de “meter a mão” no equalizador, ESCUTE. Defina qual o som que você está buscando e tenha-o em mente. Não saia equalizando sem ao menos escutar o que vai fazer. As vezes nem sempre é necessário uma equalização. Dica: neste caso procure usar os filtros  HPF e LPF quando necessário.




2 - Evite tomar decisões de equalização em isolamento (com o canal “solado”). Embora seja tentador “solar” durante a  música que você está trabalhando, isso tira o contexto da trilha dentro da mixagem. É muito comum um canal não soar bem solado, mas dentro do contexto da mix funcionar perfeitamente. Não confunda, apesar de ser comum, nem sempre um som ruim fica bem no contexto da mixagem. Dica: Ao invés de “solar” o canal para fazer algum ajuste, tente aumenta-lo e fazer a alteração desejada. 

3 - Use o  EQ para criar perspectivas em sua mixagem. Uma vez que a mixagem é pensada para criar sensações ao ouvinte, não é estranho pensar que existem planos onde os instrumentos são organizados, de  tal forma que  pode-se identificar a posição deles num contexto visual. Exemplo: Pense em um fotógrafo que propositadamente faz objetos fora de foco para destacar o assunto .

4 - Às vezes o botão de mute  é o equalizador mais eficaz. Se algo não está funcionando, não está soando como você imaginou e mesmo equalizando ele não se encaixa na mix como você espera, é melhor reavaliar o arranjo e perguntar a sí mesmo se esse instrumento realmente pertence à mistura.  Lembre-se: nem todos os elementos têm de estar jogando o tempo todo, um arranjo interessante evolui e muda ao longo da música.

5 - Geralmente, atenuar uma região é melhor do que aumentá-la.

6 - Esteja atento aos instrumentos que atuam nas baixas frequências. Lembre-se que elas tem um comprimento de onda maior do que as de alta e levam mais tempo para desenvolver, em última análise, ocupará muito espaço na sua mixagem, por isso é comum a cortar agressivamente as baixas usando um filtro passa altas (HPF) , canais e instrumentos que não ocupam essa região. Muitas mixagens soam mal por não terem sido trabalhado corretamente as baixas. Graves embolados é um problema muito comum e distribuir corretamente as frequências aos instrumentos dessa região, é a chave para obter uma mixagem limpa e com graves definidos.

7 – Certifique-se de respeitar as características de cada instrumento. Não da maneira onde não pode ser usado a criatividade para criar um novo timbre, quando digo “respeitar” quero mostrar que os instrumentos atuam em uma faixa de frequência, ou seja, nada adianta aumentar uma região que o instrumento não responde. Dica:  use um analizador de espectro para visualizar o “range” de freqüência que o instrumento atua, mas lembre-se que ele não é um substituto do seu ouvido!


8 – Não use presets! Quer dizer, use-os! Mas apenas como ponto de partida. Cada instrumento tem sua característica única. Nessa hora deixe a preguiça de lado, invista na sua criatividade, busque um novo som, aperfeiçoe sua  técnica.

9 - Diferentes tipos de música e ritmos tem abordagens diferentes quanto a equalização. Esteja por dentro do estilo que vai mixar, busque uma referência, ESCUTE!
10 - Pense que no fim da sua mixagem, cada instrumento deve ter o seu espaço, deve atuar na sua região de frequência. Colocar dois instrumentos em regiões próximas pode fazer com que um mascare o outro. Exemplo: trabalhar com o bumbo atuando em 80hz  e o baixo com um “boost”  na mesma região fará com que um dos dois suma da sua mix.


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