Windows 10 permitirá milhares de plugins simultâneos em DAWs

por Pablo Fernandez - Madrid - España
traduzido para o português por Germano Lins (musicaudio.net)

Em uma iminente atualização não irá obrigar recodificação de nenhum plugin para aproveitar essa nova característica, o Windows 10 dirá adeus ao limite de 128 plugins diferentes simultâneos. Não se trata de nenhuma questão que aumente magicamente o rendimento da CPU e multiplicar da noite pro dia a quantidade de instâncias de plugins simultâneos, simplesmente desaparece um possível gargalo na hora de abrir diferentes em um sistema e numa mesma sessão DAW.

Os detalhes técnicos são mais complexos (estão ligados ao chamado FLS Slot Limit), mas em termos práticos até agora se um projeto usa uma centena de plugins diferentes, ou até menos, corres-se o risco sério de termos mensagens avisando que novos plugins não podem ser carregados devido ao uso extensivo da CPU. Isso não acontece em projetos pequenos, mas atualmente a tendência é que os projetos utilizem cada vez mais plugins. É essa sempre foi uma das principais razões técnicas para não produzir em sistemas Windows.


A atualização, prevista para esse primeiro semestre de 2019, eleva a cifra para 4000, o que é uma notícia tranquilizadora até mesmo para os projetos DAW mais ambiciosos, visor que o que se limita não é a quantidade de instâncias de plugins e sim a quantidade total de plugins diferentes que podem ser usados ao mesmo tempo. Isso significa que quando aplicamos um mesmo compressor em 20 trilhas é contado apenas um dos quatro mil, e não como vinte. E é dessa forma que os plugins foram desenvolvidos, quando empregamos várias instâncias de um só plugin (por exemplo essas 20 instâncias do mesmo compressor) realmente estamos usando apenas um único compressor compartilhado por todas as trilhas e não vinte compressores.

O gargalo que agora é aliviado tem origem na forma em que muitos plugins foram codificados, em geram, “embutem” sua própria cópia local de determinadas peças de código para tarefas rotineiras que fazem parte das bibliotecas Visual C++, que é um ambiente de desenvolvimentos de softwares muito utilizado no Windows. Dessa forma cada plugin abre sua própria instância de execução dessas funções, o que é chamado de uso ‘estático’. Cada plugin diferente abre sua instância. E a quantidade total de instâncias fica limitada. A situação se agrava ainda mais porque as próprias DAWs muitas vezes fazem uso de determinadas bibliotecas comuns.

Sendo o mesmo código, e se tratando de bibliotecas que admitem uso ‘dinâmico’ os programadores puderam ao invés de ‘embutir’ uma cópia desse código em seu produto, simplesmente utilizar os serviços de uma única cópia compartilhada que fica sempre disponível no Windows e as bibliotecas de execução do Visual C++. Porém, o certo é que muito dos plugins que utilizamos optaram por ‘embutir’.

E é justamente aí onde surge o limite que agora não irá mais existir. Herdando das versões anteriores, o Windows 10, no entanto, mantinha uma limitação na quantidade máxima de instâncias deste tipo de instâncias que se pode usar simultaneamente. 128 instâncias parecia ser mais do que suficiente há alguns anos atrás, quando muito antes de alcançar esse limite estaríamos já totalmente colapsos no uso de memória ou da CPU. Porém, felizmente, os sistemas foram avançando e a complexidade de nossos projeto também.

A recomendação da Microsoft segue indicando aos programadores que façam uso dinâmico das bibliotecas que são dinâmicas, ao invés de continuar com a filosofia estática. Mas como isso obriga a decodificar e lançar atualizações dos plugins e isso não é algo que venha a acontecer de forma simples, a Microsoft preferiu ser mais generosa e alterar o limite elevando-o de 128 para 4.000.

Disponível como beta, o lançamento oficial está previsto ainda para o primeiro trimestre de 2019. Uma vez lançado será muito mais difícil que nos deparemos com uma mensagem ‘não cabem mais plugins’.

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