sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

7 Termos Abstratos da Mixagem: O que Significam?


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Não conheço um engenheiro de áudio que não fique empolgado ao falar sobre mixagem.

Mas a verdade é que falar sobre som é algo muito difícil de fazer – e somos obrigados a empregar um monte de jargão técnico para descrever um som.

Na tentativa de melhor descrever o som sem usar palavras técnicas usamos determinados termos que à primeira vista não têm nada a ver com mixagem e com as qualidades de um som.
Iremos aqui abordar sete deles, os mais utilizados no mundo da mixagem. Veremos o que significam e como devemos lidar com os elementos da mixagem aos quais eles se referem.

1. Boomy

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O termo Boominess refere-se à energia excessiva das baixas frequências que causam um efeito de sustain exagerado nos alto-falantes.

“Quero que esse kick encorpado, mas ele só fica soando boomy.”

Os alto falantes só são capazes de reproduzir com clareza uma certa quantidade de low end.
Graves em excesso sobrecarregam os alto falantes, causando um efeito negativo que se irradia em todo o espectro de frequência sonora.

Como consertar:

Devemos tratar os baixos que soam boomy com um filtro de high-pass (passa-altas) em materiais com muito low end.
Devemos mover o filtro (varredura) até começarmos a sentir que a sonoridade começa a ser afetada. Com certeza somos capazes de cortar as baixas frequências mais do que imaginamos.

2. Muddy


O termo muddy refere-se geralmente a um congestionamento de elementos conflitantes na faixa de frequências média baixa.

“A mix inteira fica muddy quando eu ligo o baixo, talvez devêssemos cortar em 250 Hz.”

A faixa média baixa é uma região de difícil trato para engenheiros iniciantes e intermediários. Quando a mix soa muito muddy, a clareza e a separação dos instrumentos é afetada.

Como consertar:

Evitamos que a mixagem soe muddy cortando um pouco as médias baixas sempre que elas não forem essenciais para a sonoridade desejada.
Os instrumentos que tradicionalmente dominam o espectro do low end como o kick e o bass são a primeira opção para a serem cortados nas médias baixas.
Boa parte da energia vinda dessas fontes deve estar concentrada no low end deixando assim espaço nas médias para os outros instrumentos.

3. Boxy

Dizemos que um som tá boxy quando a mixagem está composta em sua grande parte por frequências médias sem que existam frequências baixas e altas o suficiente.

“Essas guitarras estão boxy, não seria o caso de usarmos um microfone mais high end?”

Uma mixagem soa flat e sem clareza. Notamos isso assim que usamos como referência uma faixa comercial bem produzida.
Como consertar:

Evitamos sonoridade boxy nos assegurando de não sobrecarregar os as médios e de não negligenciar os polos extremos do espectro de frequência.


4. Quente



Chamamos um som de quente para nos referir à distorção harmônica e à um top end não enfatizado.

“Essa voz ficou quente depois que adicionamos aquele plugin de compressor valvulado.”

Um som quente possui uma qualidade bastante almejada sendo geralmente atribuído aos equipamentos analógicos. Ele contribui para que a mixagem soe suave e consistente aos ouvidos.
Como obter:

Criamos um som quente cortando levemente os agudos e aplicando processadores de saturação/analógicos.

Devemos nos assegurar de fazer isso comedidamente – muita saturação artificial de emulação analógica desequilibra o som.

5. Harsh


Essa expressão designa uma faixa de médias altas agressiva que cansa os ouvidos.

Por exemplo:

“O sintetizador de ondas quadradas tá bem harsh, podemos reduzir o corte de frequência do filtro um pouco?”

Harshness é um grande problema em muitas mixagens. A última coisa que queremos é que nossa mixagem soe cansativa aos ouvintes.

Os efeitos de uma mixagem harsh podem ser ainda piores em sistemas sonoros comuns como fones de ouvido ou alto falantes de laptop.

Como consertar:

Evitamos som harsh sendo extremamente cuidadosos com o seu EQ e com o posicionamento do microfone ao lidar com energias na faixa de 3 a 5 kHz.


6. Depth


Depth é a qualidade tridimensional da mixagem.

"Fazer o panning nos mics da sala de uma forma mais ampla deu mais depth (profundidade) à bateria.”

Depth é algo desejável para criar a sensação imersiva que capta a atenção dos ouvintes.

Ele ajuda na separação dos instrumentos e no senso de espacialidade geral.

Como obter:

Usamos uma mistura de microfonação próxima e distante quando monitoramos para obter uma boa variedade de ambiências para mesclar durante a mixagem

Fontes diferentes em distâncias perceptivelmente diferentes e um panning nas posições vai ajudar muito a estabelecer a profundidade da mixagem.

7. Ar



O Ar consiste na vivacidade sutil nas altas frequências da mixagem.

“Os microfones de fita soam bastante obscuros e poderiam usar algum ar.”

O ar confere realismo e dimensão às fontes como vocais e microfones de sala. Um top end aberto, suave e arejado é desejo comum nas mixagens.

Devemos encarar o ar como uma faixa de agudos presentes, agradáveis e bem equalizados.

Como obter:

Usamos um gentle bell (filtro bell suave) ou um filtro shelving no equalizador mais suave para incrementar o top end sutilmente entre 8-16kHz.

Devemos ser cuidadosos! Excessos podem introduzir harshness no som. Quando você achar que está pouco, diminua mias um pouquinho!

Um ar sutil na mixagem ajuda os vocais a se ajustarem de forma suave acima de todo o resto e conferir realismo e vivacidade às gravações dos microfones de sala.

A mixagem é um processo bastante subjetivo, assim como os termos usados para descrevê-la.

Todo engenheiro provavelmente tem noções ligeiramente diferentes sobre o que é “ar” ou “depth” significam.


As definições desses termos são somente orientações para lhe motivar a pensar e falar sobre questões importantes da sua mixagem e dessa forma lhe ajudar a conceber sonoridades específicas.


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