Inicialmente fiz a seleção do repertório e procurei um estúdio profissional de qualidade. Iniciadas as gravações comecei a procurar quem detinha os direitos de cada música. Encontrei diversas dificuldades. Sendo assim, tentei encontrar algum profissional que realizasse este serviço ou pelo menos prestasse assessoria nas liberações dos direitos.
O CONTO DAS LIBERAÇÕES !!!
Uma funcionária do estúdio onde meu CD estava sendo masterizado (Solu-SP), indicou-me o Sr. Carlos Braga da CB Records (Aracaju- SE) como sendo a pessoa ideal para resolver o meu problema das liberações. Nesta ocasião ele me pediu R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais) para a devida liberação de direitos das 14 músicas constantes no repertório. Mais tarde, fui procurado pela SONOPRESS - SP, onde meu CD foi prensado, para ser informado de que as liberações do Carlos Braga eram falsas e de que ele já era um conhecido estelionatário do ramo. A funcionária que me indicou o estelionatário Carlos Braga foi sumariamente demitida.
Ainda meio tonto com o golpe sofrido resolvi partir para resolver o "Mistério das Liberações", por conta própria, assumindo todos os riscos, pois dessa forma saberia que não seria lesado novamente.
Pessoas do meio musical informaram-me que o melhor caminho seria o ECAD (Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais). No ECAD de Salvador não consegui obter nenhuma informação, no entanto seus funcionários me encaminharam para o ECAD do Rio de Janeiro. Realmente, lá consegui saber quais editoras detinham os direitos das músicas. Sendo assim, fui atrás das diversas editoras e comprovei que algumas músicas já não pertenciam mais às editoras indicadas pelo ECAD, e sim a outras editoras. Mais tarde comprovei outro problema; uma simples música como ''Coisas do Brasil (Guilherme Arantes e Nelson Motta)" pertence a três editoras diferentes, ou seja: Warner (50%), EMI(30%) e Sony(20%). Outra dificuldade encontrada: no caso de músicas com mais de um autor, um pede "X" e seu parceiro pede "Y". Outro caso interessante: músicas em que um autor libera, mas o outro não.
No final da minha "Via Crucis" tive que retirar duas músicas do repertório inicialmente previsto, pagar R$ 9.800,00 aos verdadeiros detentores dos direitos, (valor bem superior ao que foi pago ao estelionatário), valor este válido para 3.000 cópias e atrasar em alguns meses o lançamento do CD.
Hoje sei perfeitamente como liberar os direitos de qualquer música, e sei também que não existem profissionais que prestem essa assessoria corretamente aos interessados. Assim, resolvi prestar esse tipo de serviço tão carente no meio da produção musical desse nosso país. E posso adiantar alguns conselhos:
- Só gaste em arranjos, ensaios e gravações, após ter certeza de que a música será liberada e quanto custará.
- Mande prensar inicialmente 1.000 cópias - quantidade mínima exigida pelas editoras.
- O custo médio de liberação de uma música para cada 1.000 cópias prensadas é de R$ 350,00 a R$ 600,00.
- O prazo médio para as músicas serem liberadas após a comprovação do pagamento das liberações é de 15 dias.
Finalmente:
- se você não quiser cair no conto que caí
- não ser acordado por um policial ou oficial de justiça à beira da sua cama
- evitar centenas de ligações interurbanas em horário comercial para as editoras
- evitar e-mails mil
- filas em bancos , aborrecimentos, contratempos, formulários,
- poder vender seu CD em lojas especializadas
- obter código de barras etc
- obter informações de melhores custos para confecção de capas, encartes, masterização e prensagem,
Antes que eu esqueça! Se você quiser saber como ficou o meu CD, ele está em
http://www.paulobandeira.com.br
PAULO BANDEIRA
MILITAR DA RESERVA DO EXÉRCITO
MÚSICO-CANTOR
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