terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 9)


Usar distorção na gravação de um baixo

Alguns dos melhores sons de baixo provêm dos amplificadores valvulados e, como todos os guitarristas e baixistas sabem, os amplificadores de válvulas distorcem duma maneira muito musical quando são puxados ao máximo.
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Um grande número de processadores de estúdio moderno incluem equipamentos a válvulas ou emuladores, com diferentes graus de sucesso, consoante a qualidade do material.

Podemos até arranjar boxes DI a válvulas, como a "Ridge Farm Gás Cooker". Ao utilizar uma destas podemos ainda dar mais potência ao som do baixo sem o tornar obviamente distorcido. Claro que, se quisermos obter o som do baixo "Stranglers", um set apropriado de pedais overdrive pode oferecer bons resultados.

O dispositivo de válvulas ou o emulador na corrente do sinal serão colocados exatamente onde soarem melhor, mas, se quisermos ser mesmo puristas, devemos posicioná-los antes do emulador de colunas, se estivermos utilizando, claro. Isto porque, em um amplificador real, qualquer distorção criada dentro do circuito do amplificador é filtrada pela resposta limitada das colunas.

Se quisermos ter a vida facilitada, alguns pré-amplificadores projetados especificamente para guitarras também funcionam bem para o baixo.

Gravar o baixo usando microfones

Como é claro, existem puristas que se recusam a ligar um baixo numa box DI.
 
Resultado de imagem para bass column micApesar de podermos utilizar um microfone dinâmico (o qual pode servir para várias finalidades) na gravação do baixo, iremos descobrir que a maioria desses microfones possui uma atenuação considerável para frequências baixas, de forma a compensar o efeito de proximidade quando é utilizado na gravação de perto.

Por causa disto, a não ser que o coloquemos mesmo próximo da fonte sonora, iremos perceber que o som em algumas frequências tenderá a perder potência.

A melhor aposta será utilizar um microfone dinâmico (não-vocal), que possua uma resposta razoável às
frequências baixas, ou então experimentar um daqueles microfones dedicados para baixo/bumbo da bateria, colocando-o entre 15 cm a 30 cm em frente da coluna. Se estivermos a utilizar um amplificador de válvulas, iremos descobrir que não precisamos adicionar compressão ou, pelo menos, não muita, mas, se o amplificador for do tipo "solid-state" e não possuir um compressor incorporado, então será uma boa ideia tentar adicionar pelo menos um pouco de compressão, na tentativa de melhorar o resultado final. A abordagem mais segura neste caso é deixar 
a compressao para depois da mixagem, a nao ser que atinja níveis tao graves que gerem distorção.
 
Podemos fazer mudanças nos tons se movermos o microfone - o som mais brilhante é conseguido ao apontar o microfone para o centro da coluna, enquanto que, se o movermos um pouco para o lado, iremos registar um som mais quente, menos direto (less-in-your-face). 

Também será uma boa ideia variar a distância a que este é colocado, para obter outros resultados. Devemos tentar ajustar o posicionamento do microfone de forma a obter os melhores resultados possíveis antes de adicionar a equalização. Se conseguirmos deixar a equalização para a mixagem final, iremos deixar as opções em aberto. No final, o que pode soar bem em isolamento (em modo solo) pode não ficar tão bem juntamente com o resto da mixagem.

O melhor de dois mundos

Se realmente quisermos ir mais longe com o som do baixo, devemos tentar combinar um amplificador com microfone incorporado com uma das técnicas de DI que foram mencionadas anteriormente. Esta abordagem combinada é utilizada por muitos profissionais. As fases em que o som é gravado e submetido a uma box DI irão ter um efeito profundo no trabalho final, por isso, possivelmente, teremos de fazer uma inversão de fase em uma das fontes, de forma a obter o melhor resultado possível.

Como a equalização pode não ter o mesmo efeito em relação ao som como um todo, devemos tentar equalizar cada fonte individualmente, assim como o seu balanço. Similarmente, se alterarmos a distância entre o microfone e as colunas, também iremos afetar a fase dos sons combinados, por isso esta teoria pode ajudar a ajustar corretamente o resultado final.

Como se pode ver, existem vários métodos de gravação de baixo, no entanto, se quisermos manter as as opções em aberto até a mixagem final, sempre podemos usar uma box DI (flat) para não processar em demasia o som, talvez até combinar com um limitador para que possa detectar e
eliminar qualquer pico excessivo, para de seguida aplicar um dos métodos aqui explicados neste artigo durante a fase de mixagem.

Se tivermos canais suficientes, podemos gravar o som natural e o som processado em canais diferentes. Se tivermos possibilidade, devemos experimentar este método mas, se estivermos gravando diretamente do amplificador, tudo o que precisamos é de uma box DI entre o instrumento e o amplificador (a maioria possui um conector para ligar o áudio) com a box DI ligada a uma entrada livre do gravador.

Os usuários de computador também possuem várias opções quando se fala de tratamento de som. Além da comum compressão e equalização, neste momento existem vários softwares que emulam amplificadores, que podem produzir resultados muito convincentes. A verdadeira beleza de um homestudio é que o músico não está sujeito às mesmas pressões de tempo como num estúdio comercial, por isso pode dar-se ao luxo de experimentar e ver quais os métodos que funcionam melhor para si.
 
 

Como Gravar Vozes

(continua na próxima postagem)















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