quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Seis diferentes frequências e como determiná-las

Por mais que a gente estude e pratique não conseguimos saber tudo sobre equalização. Eu quero muito saber como os engenheiros de mixagem profissionais equalizam uma determinada voz ou bateria, de forma a conseguir aquela "pegada", aquele "punch",  aquele "corpo",  aquele "brilho" tão proeminente nas mixagens que fazem.

Bom, uma coisa eu já sei. Todo engenheiro de mixagem profissional domina o espectro de frequências. Têm ele decoradinho em suas mentes. E sendo assim eles sabem muito bem o que fazer com o equalizador para melhorar a sonoridade de algum instrumento ou voz. É essa qualidade que separam os engenheiros profissionais dos novatos ou curiosos.

Um engenheiro de áudio profissional quando ouve um determinado som ou instrumento logo pensa: "Acho que tá precisando um corte de 1 ou 2 dB ali por 300 Hz para melhorar esse som". Ou então, está precisando um reforço por volta de 2 kHz.

Se você já chegou nesse patamar, orgulhe-se de si próprio. Você está ouvindo e entendendo o que pouquíssima gente entende. E realmente isso é motivo pra se orgulhar.

Na engenharia de áudio existem coisas que são recorrentes como determinadas frequências que costumam aparecer mais do que outras. Se você souber encontrar as seis frequências a seguir, você será bem mais rápido e eficiente na solução desse problema.

Frequência 1 – Corpo e Clareza/Confusão

Instrumentos e sons que residem nas frequências mais baixas tendem a aparecer mais. As frequências média graves podem encorpar o som, mas em contrapartida podem deixar as coisas não muito claras e definidas. A região em torno de 200 é um bom lugar para verificar se existem confusões indesejadas, os chamados boomies nas mixagens.

Vamos ouvir esse contrabaixo que possui um reforço em torno de 215 Hz, resultando em um som muito encorpado que pode parecer legal por si só, mas definitivamente irá desordenar o espectro de baixo alcance.


Retirando um pouco das frequências médias graves usando cortes de EQ, teremos uma linha de baixo ainda proeminente, porém com mais clareza e mais bem definida.


Frequência 2 – Caixa de papelão

Aqui temos o que pior pode acontecer com o bumbo. Eu pessoalmente odeio bumbos que soam como caixas de papelão. Pra que fique correto o bumbo deverá ter uma tonalidade natural. Agora, não podemos exagerar porque se assim o fizermos iremos definitivamente matar o som. Ficará parecendo que o pedal está batendo numa caixa de papelão.

Na ocorrência desse problema, que no jargão do áudio se chama boxiness, a sonoridade de caixa de papelão, a área de frequência em torno de 600 Hz será a faixa de frequências a ser trabalhada. Dê ganho no EQ até o boxiness ficar insuportável. Em seguida, corte rapidamente. Não se preocupe se o corte não seja muito estreito, o bom é cortar o kick de uma forma mais drástica nessa área.


Vamos ouvir o bumbo a seguir. Observe o quanto mais encorpado e mais redondo fica o ganho de graves quando quando cortamos a área de boxiness irritante.


Continua na próxima postagem....





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