domingo, 26 de janeiro de 2014

Gravando um álbum completo com IPhones

Gravando um álbum completo com iPhones

Germano Lins

Sem entrar em discussões acaloradas, não podemos deixar de negar a praticidade que representa registrar ideias em um dispositivo portátil como um telefone celular. Note que, nesse primeiro momento, não menciono a denominação iPhone, pois o mundo Android já possibilita gravação de áudio com qualidade também.

Lembro de um velho amigo que se negava a mencionar o termo  “gravação digital”. Todo seu equipamento devia ser vintage com válvulas; nada podia ter um conversor AD/DA. O interessante é que ele esquecia da atração que tinha pela sonoridade do seu Digital Delay da Boss.

Enquanto as discussões sobre iPhone/iPad, se valem à pena ou não acontecem, me vem à mente as siglas – código SPARS – que identificava a cadeia de produção utilizada nos lançamentos de vários anos atrás. AAD, ADD, DDD e DAD. As letras identificavam o tipo de equipamento utilizado durante a gravação, mixagem e masterização do álbum.

O desenvolvimento da tecnologia tornou inútil identificar as etapas de produção. Além disso, alguém pode dizer que um álbum soa melhor ou pior simplesmente por saber que foi gravado ou mixado numa determinada console? Existem excelentes álbuns gravados e mixados tanto em consoles analógicas como em digitais.

Enquanto alguns seguem protestando pela utilização de dispositivos móveis na hora de compor, de pré-produzir e mesmo produzir trilhas finalizadas, temos que ser inteligentes e aproveitar as facilidades que a portabilidade nos dá.

A utilização de meios portáteis para produzir música é uma realidade, cego é aquele que não quer ver.

Coisa de uns 2 anos atrás, começou a circular a notícia de um álbum gravado em iPhone utilizando diferentes apps e interfaces. Encontramos mais informações sobre este trabalho aqui.

Caso nada fosse dito sobre o álbum ter sido gravado com iPhones com certeza este álbum seria recebido como qualquer outro álbum, mas ao se saber que foi produzido em celulares da Apple, seguramente, os inimigos da portabilidade aplicada à música não ficaram nada contentes ante tal blasfêmia. Lamentavelmente muita gente ainda ouve com os olhos.

Os meninos (visionários) do One Like Son fizeram um trabalho excelente. Empregando as interfaces GuitarJack e AmpKit Link, e os aplicativos FourTrack, AmpKit+ e MultiTrack DAW, juntamente com recursos como  DropBox – meio através do qual compartilharam trilhas pelos integrantes da banda. O trabalho foi mixado no Cubase (em um computador), empregando o aplicativo AC7 Core Mini para controlar o Cubase.

Ah! Então nem tudo foi feito em iPhones.... Quem disse isso? Eu disse que o álbum foi gravado, e não gravado, mixado e masterizado. Mas, acho que isso é pura questão de tempo.

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