segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 15)

Como ligar um compressor?

Ligar um compressor é um processo simples que envolve um cabo de ligação. Este é um cabo de configuração Y com 1⁄4 TRS, que se divide em dois conectores 1⁄4. Um dos conectores é RS e outro TS (TRS é a sigla para TIP-RING-SLEEVE onde o TIP é o envio de sinal e o RING é o retorno. Desta forma o conector TRS permite ao sinal mover-se de um lado para outro, pois o conector TS permite ao sinal ser transmitido do compressor para a mesa de mistura e o RS o retorno do sinal da mesa de mistura para o compressor). O cabo TRS é ligado a um dos canais da mesa de mistura por um jack, o TS para o “send” compressor e o RS para o “return” do compressor. Vai assim criar um loop onde o sinal original sai da mesa de mistura para o compressor, onde se passa o processo de compressão e por último enviado de volta para a mesa mistura.

O uso da compressão, é um pouco uma questão pessoal. Para um sinal que seja gravado inicialmente com distorção, não haverá um compressor do mundo capaz de eliminar por completo esta mesma. Algumas pessoas pensam que ao gravar, mesmo que o sinal atinja alguns picos, poderão comprimir estes mesmos à posteriori, mas terão que perceber que quando se introduz um sinal distorcido numa gravação o dano já foi feito no som naquele sinal. O canal já está saturado com a distorção e nenhuma quantidade de compressão poderá transformar o som como se este tivesse sido comprimido durante a gravação. Esta é a razão pela qual se deve usar o compressor durante a gravação e não após esta estar efetuada. É preciso considerar que mesmo os canais finalizados necessitam de um pouco de compressão mesmo que já se tenha usado o compressor para cada canal individualmente. Isto é provocado pelo somatório de todos os canais, que, depois de juntos como um todo, elevam o sinal a níveis não desejados.



domingo, 6 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 14)

Uma introdução aos compressores de áudio

A compressão é o efeito de áudio menos compreendido e mais confuso que existe. É facilmente perceptível que o seu uso é obrigatório, apenas ao observar os gráficos dos níveis de volume da nossa mesa de mixagem, mas o que faz cada botão e como funciona um compressor? Aqui tentarei responder responder a estas perguntas assim como o “quando” e “como” usar a compressão.

Primeiro vamos começar explicando os princípios básicos dos intervalos dinâmicos numa gravação. Primeiro temos o ruído base. Este é o som de menor volume, de nível mais baixo, onde se encontram os “hiss” e a interferência elétrica “hum”residual. Em seguida temos o nível nominal, que será o mais
apropriado para gravar o sinal emitido com o objetivo de minimizar a distorção e sobrepor-se ao ruído base. A relação entre o ruído base e o nível nominal é chamada de relação sinal-ruído. Depois temos o nível máximo, que começa quando o seu sinal de emissão o atinge e é aqui que a distorção
começa. Este é o nível máximo dentro dos intervalos dinâmicos.

A distorção deve ser definitivamente evitada, a não ser que você tenha experiência nas técnicas de saturação (por vezes os engenheiros de som tentam distorcer ligeiramente o sinal até um certo limiar para conseguir obter um som mais “cheio” e com mais “força” – imitando os mais antigos gravadores de fita analógica -, mas por outro lado se você tentar fazer este processo em formato digital talvez não consiga obter bons resultados).

A diferença entre o nível nominal e o nível máximo irá ser o seu espaço de manobra. Esta é a sua zona de segurança e onde irá registar alguns picos extraviados sem atingir o nível máximo. Para finalizar este tema, ao espaço entre o ruído base e o nível máximo damos o nome de intervalo dinâmico.

sábado, 5 de agosto de 2017

Revista Eletrônica MUSICAUDIO - A nova versão 10.3.2 do Logic Pro X

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 13)

Como funcionam os microfones

Existem dois grandes tipos de microfones: dinâmicos e de condensador. Os do tipo dinâmico consistem em um diafragma fino que se encontra encaixado numa bobina de alumínio imersa em um forte campo magnético. Quando o som atinge o diafragma, este move-se para dentro e para fora resultando no movimento da bobina, esta, por sua vez, ao movimentar-se dentro do campo magnético fixo, vai criar uma voltagem nos terminais da bobina que está diretamente ligado à condição de pressão do ar no diafragma.



Os microfones que usam um condensador consistem numa placa, fixada muito próximo do diafragma. Entre a placa e o condensador é mantida uma carga elétrica polarizada, para que, quando o diafragma se mova sob influência das ondas sonoras, a voltagem entre este e a placa varie da mesma forma.


Neste momento, na maioria dos microfones de condensador, a polarização é obtida por um eletrodo e uma camada pré-polarizada localizada na placa ou atrás do próprio diafragma. Os microfones profissionais usam geralmente polarização externa.

Todos os microfones do tipo condensador possuem um pré-amplificador localizado perto do diafragma - necessário para converter a alta impedância do elemento capacitivo variável para um valor mais baixo para que o sinal possa ser facilmente transmitido sem perdas significativas através de um cabo comum.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 12)

Materização / Pós-produção

Muitas pessoas não compreendem em que se baseia o processo de masterização ou pós-produção e pensam que se trata de uma etapa menos importante e um gasto desnecessário. Após perderem meses de trabalho num projecto, têm dificuldades em assimilar como é que alguém pode melhorar o seu trabalho final. Normalmente a masterização só é efectuada após todo o trabalho de mistura ter sido completado e antes de o CD ser fabricado, ou seja é a última etapa “criativa” do projeto e a primeira etapa no processo de fabrico.

Todos os lançamentos de uma grande editora são masterizados para preparar a música para ser difundida nas rádios e para ser vendida ao público.

A razão? Um bom engenheiro de som pode colocar o trabalho em perspetiva, equilibrando subtilmente a harmonia entre as várias pistas, mantendo uma visão do trabalho como um todo.

No estúdio, o artista grava uma música de cada vez, o que pode resultar em níveis e equalizações diferentes em cada uma. O engenheiro de som procura uniformizar o projeto com o uso hábil da equalização, compressão e outros recursos de forma a manter a consistência de uma música para outra assim como para garantir o resultado desejado num aparelho de áudio comum.

Esse processo permite também ao engenheiro aumentar a qualidade do trabalho num todo, de forma a a deixá-lo tão bom quanto as gravações das melhores gravadoras.

A masterização também pode ser útil para corrigir problemas como “pops”, desfasamento e ruído em geral, mas a principal vantagem da pós-produção é a avaliação imparcial de um profissional que assim pode determinar se a qualidade do trabalho está boa ou não.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 11)

Captar e gravar uma bateria

Utilizar samples de bateria ou uma bateria digital nas suas gravações, pode ser mais barato e mais rápido do que usar uma bateria real, mas ainda se notam bastantes diferenças quando gravamos um baterista tocando bem uma bateria real.

Para efetuar uma boa gravação deste instrumento é necessário utilizar arte e engenharia se quiser capturar um som fidedigno, sem se fazer notar os sons e ruídos indesejados. Além disso, um dos fatores importantíssimos é a qualidade e experiência do músico. Por mais bom material e condições que se tenha, nada consegue combater a falta de jeito e inexperiência de um baterista.

A melhor solução é instalar a bateria num ambiente acústico controlado, especialmente configurado para esse efeito, com um bom isolamento, embora possa ser muito útil o baterista poder ver o resto da banda. As opiniões sobre o ambiente acústico ideal diferem: alguns podem querer ter um chão de madeira e paredes de pedra para dar vida ao som, enquanto que outros podem querer ter o chão com carpetes e materiais absorventes para "secar" o som. A melhor acústica vai depender claramente do estilo musical em que se deseja enquadrar a bateria, mas talvez seja melhor preferir um ambiente "neutro", pois irá permitir a criação de diferentes acústicas para obter uma grande variedade de sons sem ter a necessidade de recolocar a bateria e os microfones.


quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 10)

Como gravar vozes

“Um bom ponto de partida para esta técnica é o um 
posicionamento a cerca de 30cm da boca.”

O método mais comum para gravar uma voz humana, qualquer que seja a sua finalidade, é o método da colocação do microfone em frente à boca da pessoa com relativa proximidade. Produtores e
Engenheiros de som referem-se a esta técnica como "in your face" e possui muitas vantagens: som mais íntimo, boa articulação das consoantes, som “up front” ou “leading” e aquele “calor”
proveniente da proximidade. Porém, este método pode trazer algumas desvantagens como: a necessidade de aplicar “de-ess” (métodos automáticos para eliminar os tão indesejados esss’s), a falta de profundidade e a falta de ambiente acústico.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 9)


Usar distorção na gravação de um baixo

Alguns dos melhores sons de baixo provêm dos amplificadores valvulados e, como todos os guitarristas e baixistas sabem, os amplificadores de válvulas distorcem duma maneira muito musical quando são puxados ao máximo.
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Um grande número de processadores de estúdio moderno incluem equipamentos a válvulas ou emuladores, com diferentes graus de sucesso, consoante a qualidade do material.

Podemos até arranjar boxes DI a válvulas, como a "Ridge Farm Gás Cooker". Ao utilizar uma destas podemos ainda dar mais potência ao som do baixo sem o tornar obviamente distorcido. Claro que, se quisermos obter o som do baixo "Stranglers", um set apropriado de pedais overdrive pode oferecer bons resultados.

domingo, 30 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 8)

Como gravar um baixo elétrico

Apesar da maioria dos sintetizadores modernos já virem com bons efeitos para baixos incluídos, não existe nada comparável ao instrumento verdadeiro, desde que seja bem tocado, e que se saiba como gravá-lo. 
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O baixo tem um papel proeminente em diferentes gêneros musicais. O Dub Reggae não chegaria muito longe sem o baixo, assim como muitos gêneros com bastante ritmo, como estilos latinos ou os provenientes da América do Sul. Mesmo até fora destes estilos, o baixo é uma peça fundamental para a sonoridade e para o "feelling" de uma música. Um baixo bem tocado e bem gravado é vital para qualquer seção rítmica, e vale a pena o esforço, de forma a obter o som correto.

Um bom som para um baixo começa com um instrumento razoavelmente bom e bem tocado. Após este ponto de partida, temos de decidir se queremos ligar o microfone a um amplificador de baixo ou adotar um dos métodos de ligação direta - DI - possíveis, ou poderá ainda combinar estes dois - uma
abordagem comum de alguns engenheiros de som.

O método mais simples é ligar o baixo a uma box DI, mas, a não ser que o instrumento possua pickups ativos, não o poderemos ligar a um input de uma mesa de mixagem e estar à espera de bons resultados - haverá uma discrepância grande de impedâncias.

O método para fazer este processo corretamente é utilizar uma box DI com uma impedância de input de, pelo menos, 500k (ômega) e de preferência mais alta do que 1M (ômega). Usualmente, todas as boxes DI ativas que apresentam um input para instrumentos preenchem estes requisitos.

Com o instrumento adequado e uma boa técnica por parte do baixista, esta abordagem mais simples pode produzir bons resultados, mas, à medida que os outros instrumentos são adicionados à mixagem, o som do baixo tenderá a perder potência, e o tom obtido não é o mesmo do que se estivéssemos utilizando um amplificador, pois os amplificadores para guitarras e baixos não possuem uma resposta de frequência linear.

Os equalizadores das mesas mais simples não são capazes de emular corretamente um amplificador de guitarra, por isso, um processador "outboard" será uma melhor aposta.

Colocar um equalizador de gráfico ou paramétrico de qualidade, após a box DI, poderá melhorar muito o resultado final.

A maioria dos músicos sabe que adicionar um "boost" de 80Hz irá "engordar" a linha das frequências "baixas" do baixo, mas, se ouvir atentamente os sons durante uma gravação, provavelmente irá descobrir que também irá atingir bastante os alcances médios e mais baixos - a maioria dos aparelhos de som hi-fi domésticos não consegue reproduzir esses níveis de frequências.

A solução é experimentar com o equalizador dentro da região compreendida entre os 120Hz e os 350Hz, já que é aqui que o "som verdadeiro" é definido.
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Outra técnica que podemos utilizar envolve combinar o equalizador com um simulador de colunas, como o "Palmer Junction Box". Os simuladores de colunas são desenhados para duplicar o rolloff das altas-frequências ou colunas reais, por isso podemos continuar a utilizar o equalizador para dar forma às frequências baixas e médias, para de seguida permitir ao simulador de colunas tratar dos níveis superiores.

Usar compressão na gravação de um baixo

A maioria dos engenheiros de som utilizam sempre algum nível de compressão nos baixos, o que é válido por muitas razões.

Se o baixista utilizar uma técnica baseada em slapping ou pulling, o parâmetro de ataque das notas poderá ser muito elevado, por isso, se não o comprimir ou o limitar, correrá o risco de sobrecarregar o som final, ou terá de definir o nível da gravação tão baixo que o corpo principal do som proveniente do instrumento será demasiado pequeno.

A melhor forma de tratar este tipo de técnica é utilizar um compressor que possua um limitador separado, pois o método tradicional, para manter o parâmetro de ataque num som comprimido, é definir o parâmetro de ataque do compressor para alguns décimos de milissegundos, de forma a deixar passar sem compressão o impulso inicial. O tempo de "release" é geralmente definido para cerca de um quarto de segundo, mas isto irá variar de modelo para modelo, por isso vá experimentando. Utilizar definições automáticas para o parâmetro de ataque e para o "release" também pode produzir bons resultados, pois estas definições podem adaptar-se às diferentes dinâmicas e aos diferentes estilos de tocar de cada artista, dentro da mesma música.

Permitir que as variações mais abruptas possam passar inalteradas devido ao compressor pode produzir um bom som, mas são essas mesmas variações (ou a falta delas) as causadoras dos problemas de sobrecarga nas gravações, por isso, ter um limitador independente após o compressor é
extremamente útil. O "threshold" do limitador deve estar definido logo abaixo do nível máximo da gravação (perto do limiar de distorção) para que este entre em efeito só nos picos mais altos.

Mesmo que o baixo seja tocado de uma forma mais tradicional, a compressão continua a ser útil, já que equilibra o nível de diferentes notas e, igualmente importante: aumenta a energia média do som, isto é, faz com que o som pareça mais alto ao mesmo nível dos picos.

Pode ainda reduzir ligeiramente o parâmetro de ataque do compressor para acentuar o começo de uma nota, mas esteja atento aos níveis da gravação.

Uma dica útil para o caso de não possuir um compressor com um limitador separado é utilizar um compressor de canal duplo e pôr a saída do canal 1 na saída do canal 2. Defina o canal 1 para fazer a compressão normalmente, mas ponha o canal 2 para limitar, utilizando uma relação mais alta e
combinando-o com um parâmetro de ataque muito rápido e o tempo de "release" mais rápido que conseguir utilizar.

Ajuste o "threshold" do canal 2 para que o ganho na redução só ocorra quando o nível do som esteja a poucos dBs de atingir a região de sobrecarga nos medidores do gravador. Claro que aqueles que ainda utilizam fitas analógicas podem dar-se ao luxo de não serem tão "formais" em relação aos níveis - de fato, um pouco de saturação na fita pode fazer maravilhas ao som do baixo.

(continua na próxima postagem)


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 7)

Utilizar mais de um microfone


Até este momento, descreveu-se como efetuar gravacoes com apenas um microfone e, em grnde parte das situações, será suficiente, mesmo que o violão tenha um papel preponderante na mixagem. No entanto, há também técnicas de gravação multi-mic que lhe podem ser úteis. Muito do segredo em gravar consiste em juntar todas as fontes do som, como a produzida pelo corpo, cordas, orifício e braço do violão. Outra abordagem é utilizar um microfone diferente para cada elemento individual do som. Estes elementos são posteriormente misturados para obter o resultado pretendido - uma espécie de equalização natural.


O maior desafio, quando estiver a utilizar esta técnica, é garantir que todos os diferentes sinais estejam sincronizados durante a mistura. Se existirem atrasos entre os sinais, o resultado final ficará comprometido. Alguns engenheiros de som resolvem este problema colocando todos os microfones à mesma distância do orifício frontal, o que poderá resultar. Outro método é gravar cada canal em separado e depois juntá-los durante a mixagem. 

Muitos dos violões acústicos incorporam mecanismos de captação do som através de pickups. Embora possa parecer tentador, simplificar a tarefa de gravação, apenas gravando este sinal DI, pode gerar um resultado desapontador comparado com o conseguido através do uso correto de microfones. Um pick-up, no entanto, apenas capta as vibrações das cordas, embora estas também sejam influenciadas pela vibração do instrumento. Se um microfone estiver bem posicionado, captará as vibrações de todas as partes do instrumento, combinando-o com o reflexo das ondas sonoras do ambiente acústico. O resultado será um som muito mais natural. Dito isto, é importante dizer que as gravações de música pop não exigem precisão e que se pode obter um som que se enquadre bem numa mixagem combinando o sinal DI com o sinal captado pelos microfones.