terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA MONTAR UM HOME STUDIO - A CURVA FLETCHER MUNSON

Compreendendo a Curva de Fletcher Munson

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Entre os tópicos mais aprofundados, e ainda assim mais essenciais da gravação musical, temos a Curva de Fletcher Munson.

Se você teve dificuldades para entender o conceito até agora, acredite, sei muito bem qual é a sensação disso. Basta uma simples olhada no maldito gráfico pra gente ficar meio tonto. No entanto, se você quer fazer mixagens melhores, profissionais, é imprescindível entender esse conceito. E não adianta dizer que os seus ouvidos e intuição é tudo o que você precisa para fazer mixagens profissionais. Se você quer se enganar, continue assim. Se quiser realmente fazer mixagens com sonoridade profissional, deixa de ser preguiçoso e aprenda, porque irei explicar tudo isso pra você.

Vamos começar com uma definição básica.

O que é?

A Curva de Fletcher Munson é um gráfico que ilustra um fenômeno interessante relacionado à audição humana.

Ao ouvir uma música através de monitores ou fones de ouvido, conforme a intensidade real muda, a intensidade percebida captada pelo nosso cérebro varia em taxas diferentes, dependendo da frequência.

O que queremos dizer é o seguinte:
  • Em volumes baixos – as faixas de frequências dos médios soam mais proeminentes, enquanto as faixas das frequências baixas e altas parecem ficar de fundo. 
  • Em volumes altos – os graves e agudos soam mais proeminentes, enquanto os médios parecem relativamente mais suaves. 


Mesmo assim, na realidade, o equilíbrio tonal do som permanece o mesmo, não importa o volume.

O gráfico da Curva de Fletcher Munson simplesmente ilustra esse conceito com dados visuais específicos. Para fins de mixagem, você não precisa, de fato, entender o gráfico, apenas o conceito por trás dele.

E a razão disso é porque:

O problema desse fenômeno:

Talvez você já tenha percebido que a Curva de Fletcher Munson apresenta um grande problema para fins de mixagem musical. Uma das características mais fundamentais de uma boa mix é alcançar o balanço das frequências mais agradáveis para os ouvintes.

Mas como isso pode ser possível quando o balanço de frequências percebido muda conforme o volume muda?

Aqui está um exemplo que ilustra o que queremos dizer:

Vamos supor que você esteja trabalhando na equalização de uma mix, e conforme a vai ouvindo com o volume baixo, acha que os graves e agudos precisam de um reforço. Aí, você realiza os ajustes e tudo passa a soar bem melhor.

No dia seguinte você ouve com o volume alto e acha que os graves e agudos estão muito altos, aí você os corta. E você está de volta ao ponto onde estava no dia anterior. Complicado, não é?

Agora, eis a solução:

Existem opiniões divergentes sobre este assunto. A minha é a seguinte:

Enquanto consumidor de música, quando ouvimos alguma música com o volume pela metade, prestamos metade da atenção. Quando ouvimos com o volume máximo, significa que estamos dedicando toda a atenção a ela.

Enquanto produtor musical, quero sempre que a minha mix soe melhor quando os ouvintes estejam dedicando toda a atenção.

Imagine o seguinte cenário, que provavelmente vai soar familiar:

Você está andando de carro, ouvindo uma música que você nunca tinha ouvido na rádio antes. Primeiro, o volume está baixo, mas conforme a música chama sua atenção, você naturalmente o aumenta. Então, você o aumenta mais e, pouco a pouco, o som melhora. Agora você ama a música e, por isso, coloca no último volume, e a qualidade dela é maravilhosa. Geralmente é assim que funciona, não é?

Agora, imagine isso acontecendo de um jeito diferente.

A música começa soando bem a um volume baixo, e você quer ouví-la melhor. Então, você aumenta o volume. Mas cada vez que você aumenta o volume, ela fica ligeiramente mais irritante de se ouvir. Na hora em que você coloca ela para tocar no volume máximo, ela soa absolutamente terrível. Então, você abaixa o volume e nunca mais a ouve de novo.

É isso que você quer que aconteça quando as pessoas ouvirem suas mixagens?

Acredito que não.

O que quero dizer com isso é que você quer que suas mixagens soem o melhor possível em volumes altos, porque é nesses momentos em que as pessoas estão realmente prestando atenção. Para isso acontecer, você precisa equalizá-las em volumes altos.

Não precisa ser absurdamente alto, apenas no mesmo volume que você ouviria confortavelmente na vida real.

Se os graves e agudos caírem um pouco quando você abaixar o volume, a mix não vai soar da melhor maneira possível, mas também não vai soar mal. Vai apenas fazer com que você queira aumentar o volume.

Faz sentido? Ótimo. Agora tente você!

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