sábado, 5 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 13)

Como funcionam os microfones

Existem dois grandes tipos de microfones: dinâmicos e de condensador. Os do tipo dinâmico consistem em um diafragma fino que se encontra encaixado numa bobina de alumínio imersa em um forte campo magnético. Quando o som atinge o diafragma, este move-se para dentro e para fora resultando no movimento da bobina, esta, por sua vez, ao movimentar-se dentro do campo magnético fixo, vai criar uma voltagem nos terminais da bobina que está diretamente ligado à condição de pressão do ar no diafragma.



Os microfones que usam um condensador consistem numa placa, fixada muito próximo do diafragma. Entre a placa e o condensador é mantida uma carga elétrica polarizada, para que, quando o diafragma se mova sob influência das ondas sonoras, a voltagem entre este e a placa varie da mesma forma.


Neste momento, na maioria dos microfones de condensador, a polarização é obtida por um eletrodo e uma camada pré-polarizada localizada na placa ou atrás do próprio diafragma. Os microfones profissionais usam geralmente polarização externa.

Todos os microfones do tipo condensador possuem um pré-amplificador localizado perto do diafragma - necessário para converter a alta impedância do elemento capacitivo variável para um valor mais baixo para que o sinal possa ser facilmente transmitido sem perdas significativas através de um cabo comum.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 12)

Materização / Pós-produção

Muitas pessoas não compreendem em que se baseia o processo de masterização ou pós-produção e pensam que se trata de uma etapa menos importante e um gasto desnecessário. Após perderem meses de trabalho num projecto, têm dificuldades em assimilar como é que alguém pode melhorar o seu trabalho final. Normalmente a masterização só é efectuada após todo o trabalho de mistura ter sido completado e antes de o CD ser fabricado, ou seja é a última etapa “criativa” do projeto e a primeira etapa no processo de fabrico.

Todos os lançamentos de uma grande editora são masterizados para preparar a música para ser difundida nas rádios e para ser vendida ao público.

A razão? Um bom engenheiro de som pode colocar o trabalho em perspetiva, equilibrando subtilmente a harmonia entre as várias pistas, mantendo uma visão do trabalho como um todo.

No estúdio, o artista grava uma música de cada vez, o que pode resultar em níveis e equalizações diferentes em cada uma. O engenheiro de som procura uniformizar o projeto com o uso hábil da equalização, compressão e outros recursos de forma a manter a consistência de uma música para outra assim como para garantir o resultado desejado num aparelho de áudio comum.

Esse processo permite também ao engenheiro aumentar a qualidade do trabalho num todo, de forma a a deixá-lo tão bom quanto as gravações das melhores gravadoras.

A masterização também pode ser útil para corrigir problemas como “pops”, desfasamento e ruído em geral, mas a principal vantagem da pós-produção é a avaliação imparcial de um profissional que assim pode determinar se a qualidade do trabalho está boa ou não.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 11)

Captar e gravar uma bateria

Utilizar samples de bateria ou uma bateria digital nas suas gravações, pode ser mais barato e mais rápido do que usar uma bateria real, mas ainda se notam bastantes diferenças quando gravamos um baterista tocando bem uma bateria real.

Para efetuar uma boa gravação deste instrumento é necessário utilizar arte e engenharia se quiser capturar um som fidedigno, sem se fazer notar os sons e ruídos indesejados. Além disso, um dos fatores importantíssimos é a qualidade e experiência do músico. Por mais bom material e condições que se tenha, nada consegue combater a falta de jeito e inexperiência de um baterista.

A melhor solução é instalar a bateria num ambiente acústico controlado, especialmente configurado para esse efeito, com um bom isolamento, embora possa ser muito útil o baterista poder ver o resto da banda. As opiniões sobre o ambiente acústico ideal diferem: alguns podem querer ter um chão de madeira e paredes de pedra para dar vida ao som, enquanto que outros podem querer ter o chão com carpetes e materiais absorventes para "secar" o som. A melhor acústica vai depender claramente do estilo musical em que se deseja enquadrar a bateria, mas talvez seja melhor preferir um ambiente "neutro", pois irá permitir a criação de diferentes acústicas para obter uma grande variedade de sons sem ter a necessidade de recolocar a bateria e os microfones.


quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 10)

Como gravar vozes

“Um bom ponto de partida para esta técnica é o um 
posicionamento a cerca de 30cm da boca.”

O método mais comum para gravar uma voz humana, qualquer que seja a sua finalidade, é o método da colocação do microfone em frente à boca da pessoa com relativa proximidade. Produtores e
Engenheiros de som referem-se a esta técnica como "in your face" e possui muitas vantagens: som mais íntimo, boa articulação das consoantes, som “up front” ou “leading” e aquele “calor”
proveniente da proximidade. Porém, este método pode trazer algumas desvantagens como: a necessidade de aplicar “de-ess” (métodos automáticos para eliminar os tão indesejados esss’s), a falta de profundidade e a falta de ambiente acústico.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 9)


Usar distorção na gravação de um baixo

Alguns dos melhores sons de baixo provêm dos amplificadores valvulados e, como todos os guitarristas e baixistas sabem, os amplificadores de válvulas distorcem duma maneira muito musical quando são puxados ao máximo.
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Um grande número de processadores de estúdio moderno incluem equipamentos a válvulas ou emuladores, com diferentes graus de sucesso, consoante a qualidade do material.

Podemos até arranjar boxes DI a válvulas, como a "Ridge Farm Gás Cooker". Ao utilizar uma destas podemos ainda dar mais potência ao som do baixo sem o tornar obviamente distorcido. Claro que, se quisermos obter o som do baixo "Stranglers", um set apropriado de pedais overdrive pode oferecer bons resultados.

domingo, 30 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 8)

Como gravar um baixo elétrico

Apesar da maioria dos sintetizadores modernos já virem com bons efeitos para baixos incluídos, não existe nada comparável ao instrumento verdadeiro, desde que seja bem tocado, e que se saiba como gravá-lo. 
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O baixo tem um papel proeminente em diferentes gêneros musicais. O Dub Reggae não chegaria muito longe sem o baixo, assim como muitos gêneros com bastante ritmo, como estilos latinos ou os provenientes da América do Sul. Mesmo até fora destes estilos, o baixo é uma peça fundamental para a sonoridade e para o "feelling" de uma música. Um baixo bem tocado e bem gravado é vital para qualquer seção rítmica, e vale a pena o esforço, de forma a obter o som correto.

Um bom som para um baixo começa com um instrumento razoavelmente bom e bem tocado. Após este ponto de partida, temos de decidir se queremos ligar o microfone a um amplificador de baixo ou adotar um dos métodos de ligação direta - DI - possíveis, ou poderá ainda combinar estes dois - uma
abordagem comum de alguns engenheiros de som.

O método mais simples é ligar o baixo a uma box DI, mas, a não ser que o instrumento possua pickups ativos, não o poderemos ligar a um input de uma mesa de mixagem e estar à espera de bons resultados - haverá uma discrepância grande de impedâncias.

O método para fazer este processo corretamente é utilizar uma box DI com uma impedância de input de, pelo menos, 500k (ômega) e de preferência mais alta do que 1M (ômega). Usualmente, todas as boxes DI ativas que apresentam um input para instrumentos preenchem estes requisitos.

Com o instrumento adequado e uma boa técnica por parte do baixista, esta abordagem mais simples pode produzir bons resultados, mas, à medida que os outros instrumentos são adicionados à mixagem, o som do baixo tenderá a perder potência, e o tom obtido não é o mesmo do que se estivéssemos utilizando um amplificador, pois os amplificadores para guitarras e baixos não possuem uma resposta de frequência linear.

Os equalizadores das mesas mais simples não são capazes de emular corretamente um amplificador de guitarra, por isso, um processador "outboard" será uma melhor aposta.

Colocar um equalizador de gráfico ou paramétrico de qualidade, após a box DI, poderá melhorar muito o resultado final.

A maioria dos músicos sabe que adicionar um "boost" de 80Hz irá "engordar" a linha das frequências "baixas" do baixo, mas, se ouvir atentamente os sons durante uma gravação, provavelmente irá descobrir que também irá atingir bastante os alcances médios e mais baixos - a maioria dos aparelhos de som hi-fi domésticos não consegue reproduzir esses níveis de frequências.

A solução é experimentar com o equalizador dentro da região compreendida entre os 120Hz e os 350Hz, já que é aqui que o "som verdadeiro" é definido.
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Outra técnica que podemos utilizar envolve combinar o equalizador com um simulador de colunas, como o "Palmer Junction Box". Os simuladores de colunas são desenhados para duplicar o rolloff das altas-frequências ou colunas reais, por isso podemos continuar a utilizar o equalizador para dar forma às frequências baixas e médias, para de seguida permitir ao simulador de colunas tratar dos níveis superiores.

Usar compressão na gravação de um baixo

A maioria dos engenheiros de som utilizam sempre algum nível de compressão nos baixos, o que é válido por muitas razões.

Se o baixista utilizar uma técnica baseada em slapping ou pulling, o parâmetro de ataque das notas poderá ser muito elevado, por isso, se não o comprimir ou o limitar, correrá o risco de sobrecarregar o som final, ou terá de definir o nível da gravação tão baixo que o corpo principal do som proveniente do instrumento será demasiado pequeno.

A melhor forma de tratar este tipo de técnica é utilizar um compressor que possua um limitador separado, pois o método tradicional, para manter o parâmetro de ataque num som comprimido, é definir o parâmetro de ataque do compressor para alguns décimos de milissegundos, de forma a deixar passar sem compressão o impulso inicial. O tempo de "release" é geralmente definido para cerca de um quarto de segundo, mas isto irá variar de modelo para modelo, por isso vá experimentando. Utilizar definições automáticas para o parâmetro de ataque e para o "release" também pode produzir bons resultados, pois estas definições podem adaptar-se às diferentes dinâmicas e aos diferentes estilos de tocar de cada artista, dentro da mesma música.

Permitir que as variações mais abruptas possam passar inalteradas devido ao compressor pode produzir um bom som, mas são essas mesmas variações (ou a falta delas) as causadoras dos problemas de sobrecarga nas gravações, por isso, ter um limitador independente após o compressor é
extremamente útil. O "threshold" do limitador deve estar definido logo abaixo do nível máximo da gravação (perto do limiar de distorção) para que este entre em efeito só nos picos mais altos.

Mesmo que o baixo seja tocado de uma forma mais tradicional, a compressão continua a ser útil, já que equilibra o nível de diferentes notas e, igualmente importante: aumenta a energia média do som, isto é, faz com que o som pareça mais alto ao mesmo nível dos picos.

Pode ainda reduzir ligeiramente o parâmetro de ataque do compressor para acentuar o começo de uma nota, mas esteja atento aos níveis da gravação.

Uma dica útil para o caso de não possuir um compressor com um limitador separado é utilizar um compressor de canal duplo e pôr a saída do canal 1 na saída do canal 2. Defina o canal 1 para fazer a compressão normalmente, mas ponha o canal 2 para limitar, utilizando uma relação mais alta e
combinando-o com um parâmetro de ataque muito rápido e o tempo de "release" mais rápido que conseguir utilizar.

Ajuste o "threshold" do canal 2 para que o ganho na redução só ocorra quando o nível do som esteja a poucos dBs de atingir a região de sobrecarga nos medidores do gravador. Claro que aqueles que ainda utilizam fitas analógicas podem dar-se ao luxo de não serem tão "formais" em relação aos níveis - de fato, um pouco de saturação na fita pode fazer maravilhas ao som do baixo.

(continua na próxima postagem)


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 7)

Utilizar mais de um microfone


Até este momento, descreveu-se como efetuar gravacoes com apenas um microfone e, em grnde parte das situações, será suficiente, mesmo que o violão tenha um papel preponderante na mixagem. No entanto, há também técnicas de gravação multi-mic que lhe podem ser úteis. Muito do segredo em gravar consiste em juntar todas as fontes do som, como a produzida pelo corpo, cordas, orifício e braço do violão. Outra abordagem é utilizar um microfone diferente para cada elemento individual do som. Estes elementos são posteriormente misturados para obter o resultado pretendido - uma espécie de equalização natural.


O maior desafio, quando estiver a utilizar esta técnica, é garantir que todos os diferentes sinais estejam sincronizados durante a mistura. Se existirem atrasos entre os sinais, o resultado final ficará comprometido. Alguns engenheiros de som resolvem este problema colocando todos os microfones à mesma distância do orifício frontal, o que poderá resultar. Outro método é gravar cada canal em separado e depois juntá-los durante a mixagem. 

Muitos dos violões acústicos incorporam mecanismos de captação do som através de pickups. Embora possa parecer tentador, simplificar a tarefa de gravação, apenas gravando este sinal DI, pode gerar um resultado desapontador comparado com o conseguido através do uso correto de microfones. Um pick-up, no entanto, apenas capta as vibrações das cordas, embora estas também sejam influenciadas pela vibração do instrumento. Se um microfone estiver bem posicionado, captará as vibrações de todas as partes do instrumento, combinando-o com o reflexo das ondas sonoras do ambiente acústico. O resultado será um som muito mais natural. Dito isto, é importante dizer que as gravações de música pop não exigem precisão e que se pode obter um som que se enquadre bem numa mixagem combinando o sinal DI com o sinal captado pelos microfones.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 6)

A escolha dos microfones

Os grandes estúdios profissionais têm uma vasta variedade de microfones à disposição, mas nos home studios a escolha é muito mais limitada, por isso a escolha terá de ser muito cuidadosa. O primeiro fator que terá de considerar que são muito poucos os microfones dinâmicos, capazes de manter a qualidade do violão. O Sennheiser 441 será uma boa escolha devido à sua resposta limitada. As altas-frequências são vitais para o som dos violões e, provavelmente, será melhor usar um microfone de condensador para obter os melhores resultados, já que estes são muito mais sensíveis e captam melhor as altas-frequências.

“O som da guitarra é o resultado das 
vibrações de todo o instrumento e das 
reflexões do som do ambiente acústico 
em que este se encontra inserido”

A qualidade do microfone a usar vai depender um pouco do seu orçamento. Não é que os microfones mais baratos não consigam captar o som com bons resultados, mas tenha consciência que estes modelos, que são alimentados, por vezes, por pequenas pilhas, podem ter menor sensibilidade do que aqueles que usam “phantom-power” – alguns são até mais sensíveis do que um bom microfone dinâmico.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 5)

Como gravar guitarras elétricas

Uma técnica muito usada e que normalmente resulta muito bem quando se capta uma guitarra é dobrar o som da mesma. Este método consiste em gravar o mesmo trecho duas vezes (com pequenas variações), dando a impressão de um som mais "cheio". Evite ligar a guitarra ou amplificador diretamente na linha e use, de preferência, um microfone (ou mais) para a captação, principalmente para sons com distorção, de modo a captar diferentes áreas do amplificador. Se tiver possibilidade, tente captar o amplificador com um microfone à frente e outro atrás, para capturar a ressonância da caixa do amplificador e, consequentemente, dar mais "força" ao som. Recomenda-se o uso de microfones dinâmicos devido à sua característica de resistir a altos níveis de pressão sonora (SPL), embora muitos microfones a condensador possam também ser usados. Um dos mais
usados é do tipo cardióide (duro, exemplo: Shure SM-57). Tente equilibrar bem o volume do amplificador - se estiver muito alto, arrisca-se a uma distorção à entrada da mesa, e, muito baixo, apanhará o som ambiente (e, consequentemente, ruído). Mantenha o microfone mais ou menos a 20 cm do amplificador, um bocado afastado do centro (para o lado).

Como gravar violões

Nesta seção darei algumas dicas úteis para se conseguir gravar violões o melhor possível.

Os avanços tecnológicos nestes últimos anos trouxeram-nos uma enorme variedade de equipamentos para utilização na captação e gravação de sons de uma guitarra elétrica, mesmo para aqueles com menor capacidade financeira. Fabricantes como a Digitech, Line6, Roland ou a Yamaha conseguiram criar equipamentos que permitem a qualquer músico fazer a gravação da sua guitarra elétrica, sem ser necessário ligar um único microfone.

No entanto, o mesmo já não se pode dizer em relação aos violões que não dispõem de pick-up embutido. O som destes pode ser modelado fisicamente de forma virtual, mas com um sucesso limitado - funcionará, por exemplo, em concertos ao vivo, mas não será suficiente para as exigências de uma gravação de estúdio. Conseguimos também resultados interessantes usando um sampler MIDI associado a uma programação inteligente, apesar deste método raramente oferecer uma qualidade e versatilidade totalmente satisfatória.

É por esta razão que a esmagadora maioria dos músicos amadores ainda tem de ligar um microfone à sua guitarra acústica se quiser utilizá-la numa música, mesmo quando consegue criar artificialmente todo o resto da canção. Gravar uma guitarra eléctrica é um processo complexo, no entanto há um grande número de técnicas de gravação e de uso de microfones disponíveis que lhe poderão oferecer bons resultados.


Preparação para a gravação

Isto pode parecer-lhe um pouco óbvio, mas é verdadeiramente importante que a guitarra lhe soe o mais possível com o som final que deseja, antes sequer de pensar ligar-lhe um microfone. Trate
do essencial primeiro: esta é a guitarra ideal para o seu trabalho? Se não for, peça uma emprestada ou então pense em investir numa nova. Há muitos engenheiros de som que adquirem guitarras para conseguir obter um som específico, mesmo não sendo eles próprios guitarristas. Não exclua, por isso, essa hipótese, se a sonoridade da guitarra for muito importante para si.

Escolha um tipo espessura de corda apropriado para o instrumento e para o tipo de som que procura, verifique também se a guitarra está bem configurada, para que o som não tenha interferências. Existem muitos tipos diferentes de cordas de aço - cada uma produz sons subtilmente diferentes.

As mais utilizadas são as de bronze e de níquel. Um instrumento com espessuras mais leves de cordas (entre 11 e 50) será, por norma, mais fácil de tocar, mas produzirá um som mais “leve”. Por outro lado, um set de cordas mais pesadas (ou “duras”) pode, por vezes, produzir um som que poderá falhar em tons mais altos. A melhor escolha será, à partida, o set mais “duro” de cordas, que ainda são suficientemente confortáveis ao tocar.

Uma afinação inicial pode variar com o decorrer das gravações, por isso deverá usar um afinador eléctrico entre cada take.  

Se o guitarrista estiver a utilizar uma palheta, vale sempre a pena experimentar diferentes espessuras. Dependendo do tipo de cordas que está a usar, poderá obter sons bem diferentes uns dos outros. Não tenha receio de perder meia hora ou o que for necessário para obter o som mais apropriado da fonte, já que o tempo gasto nesta fase tem o potencial de lhe facilitar a gravação e mistura nas fases seguintes.

Outro fator a ter em conta é que o som proveniente da guitarra é, em grande parte, dependente do ambiente em que esta é gravada. O reverb é um problema comum quando a gravação é feita num pequeno homestudio.

Utilizar um bom ambiente acústico irá, à partida, produzir melhores resultados, mesmo que queira adicionar mais reverb à posteriori. Obviamente não irá querer exagerar neste efeito, já que, em demasia, irá tornar o som exageradamente cheio e confuso, mas geralmente este não será um problema se estiver a utilizar um pequeno estúdio.  

Para obter uma sonoridade que se assemelhe a um ambiente ao vivo, experimente colocar a guitarra de forma a que esta esteja virada contra uma superfície refletora. Tipos de chão, portas e mobília podem pode ser úteis para obter a melhor sonorização possível (ver secção Sala de captação do som). Se o seu chão tiver carpete e esta estiver a afetar o som, pode sempre colocar uma superfície dura como madeira ou de fibra por debaixo do instrumento. Pode mesmo valer a pena usar extensões de cabos para outra sala com melhor acústica, no caso do som da sala ou estúdio simplesmente não estar ao seu gosto.

Se está disposto a começar a gravação com o instrumento e com a acústica desejada, ouça com atenção cada etapa, até chegar ao ponto em que a guitarra lhe soe mesmo bem. Se conseguir fazer isto, então a tarefa mais importante foi atingida, está agora pronto para escolher um microfone.  

(continua na próxima postagem)
 












sexta-feira, 21 de julho de 2017

Dicas & Truques na captação e gravação de instrumentos musicais (parte 4)

Tratamento acústico

Uma vez construídas as paredes e o teto do estúdio (nas dimensões otimizadas e dentro dos critérios adequados de isolamento), é necessário fazer um tratamento interno das superfícies, procurando-se as condições ideais para a aplicação que se deseja.

Antes de se definir qual o tipo de material a ser usado no tratamento acústico, é importante conhecer o coeficiente de redução de ruído (NRC). Trata-se de um valor numérico de classificação que permite quantificar a capacidade de um determinado material em absorver o som. Esse coeficiente, em geral, aplica-se mais a materiais macios, como espuma acústica, lã-de-vidro, carpete, etc, embora também possa ser aplicado a materiais "duros", como tijolo e massa de reboco. O NRC de um material é a
média de absorção de várias frequências centrais entre 125 Hz e 4 kHz. Quanto maior for o coeficiente, melhor será absorção do material. A tabela abaixo mostra alguns exemplos de materiais: