quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dez Dicas de Equalização

Dez Dicas de Equalização

Diego Moreno

Equalizar é equilibrar. Portanto, ao equalizar um determinado som ou instrumento, estamos a procura de seu equilíbrio tonal. Nessa busca devemos considerar todos os elementos do som e as variações acústicas proporcionadas pelo ambiente. A equalização é uma ferramenta muito poderosa e com ela moldamos o equilíbrio das frequências dos vários elementos (sons e instrumentos) de uma mixagem. Com o equalizador trazemos os sons para frente ou os colocamos atrás,  colocamos ou tiramos de foco qualquer instrumento, realçamos elementos importantes, e por aí vai... A equalização ajuda a reparar gravações ruins (mal captadas) e também é de grande valia para fazê-las soar bem. A seguir temos algumas dicas, aprendidas ao longo dos anos  que aprendi ao longo dos anos equalizando em uma mixagem. 

1 - O posicionamento do microfone é o seu melhor equalizador !  

Antes de “sair mexendo” no equalizador, ouça, escute. Tenha em mente o som que se está buscando. Não devemos sair equalizando sem ao menos ouvir o que se vai fazer. Em muitas vezes não é necessário equalizar com um equalizador, basta posicionar corretamente o microfone. Dica: Neste caso procuramos usar os filtros HPF e LPF quando for necessário.

 

2 – Devemos evitar equalizar com o canal ou trilha solada. 

Apesar de ser muito tentador “solar”, isso tira o contexto da trilha de dentro da mixagem. É muito comum um canal não soar bem solado, porém dentro do contexto da mix (junto com os outros canais) funcionar perfeitamente. Não podemos confundir, apesar de ser muito comum, nem sempre um som ruim fica bem no contexto da mixagem. Dica: Ao invés de “solar” o canal para fazer algum ajuste, tentemos aumentá-lo e fazer a alteração desejada.

3 – Vamos usar a equalização para criar perspectivas na mixagem. 

A razão de uma mixagem é criar sensações ao ouvinte, não é de todo estranho pensar que existem planos onde os instrumentos são organizados, de tal forma que se possa identificar a posição deles em um contexto visual. Exemplo: Vejamos o exemplo do fotógrafo que propositadamente faz objetos fora de foco para destacar o assunto.

4 – O botão Mute costuma ser um equalizador muito eficaz. 

Caso alguma coisa não esteja funcionando, não esteja soando como imaginamos que iria soar e mesmo mesmo quando se equaliza ela não esteja encaixando na mix como esperávamos, ta;vez seja melhor reavaliar o arranjo e perguntar se esse instrumento realmente deve estar na mixagem.  Lembre-se: Nem todos os elementos têm de estar tocando o tempo todo, um arranjo interessante evolui e tem sua dinâmica alterada ao longo da música.

5 – Geralmente, atenuar uma região é melhor do que aumentá-la.
 
6 – Esteja atento aos instrumentos que atuam nas baixas frequências. 

Lembre-se que elas tem um comprimento de onda maior do que as de alta e levam mais tempo para desenvolver, em última análise, ocupará muito espaço na sua mixagem, por isso é comum a cortar agressivamente as baixas usando um filtro passa altas (HPF) , canais e instrumentos que não ocupam essa região. Muitas mixagens soam mal por não terem sido trabalhado corretamente as baixas. Graves embolados é um problema muito comum e distribuir corretamente as frequências aos instrumentos dessa região, é a chave para obter uma mixagem limpa e com graves definidos.
 
7 – Certifique-se de respeitar as características de cada instrumento. 

Não da maneira onde não pode ser usado a criatividade para criar um novo timbre, quando digo “respeitar” quero mostrar que os instrumentos atuam em uma faixa de frequência, ou seja, nada adianta aumentar uma região que o instrumento não responde. Dica:  use um analizador de espectro para visualizar o “range” de frequência que o instrumento atua, mas lembre-se que ele não é um substituto do seu ouvido!


8 – Procure não usar presets, ou os use apenas como ponto de partida. 

Cada instrumento tem sua característica única. Nessa hora deixe a preguiça de lado, invista na sua criatividade, busque um novo som, aperfeiçoe sua  técnica.
 
9 – Diferentes tipos de música e ritmos possuem abordagens diferentes quanto à equalização. 

Esteja por dentro do estilo que vai mixar, busque uma referência,  a chave do sucesso é OUVIR!
 
10 – Pense que no fim da sua mixagem, cada instrumento deve ter o seu espaço, deve atuar na sua região de frequência. 

Colocar dois instrumentos em regiões próximas pode fazer com que um mascare o outro. Exemplo: trabalhar com o bumbo atuando em 80hz  e o baixo com um “boost”  na mesma região fará com que um dos dois suma da sua mix.

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